Todo artista precisa de um empresário ou agente?
Muitos artistas me perguntam se é realmente necessário que tenham um ‘empresário’, agente ou alguém para representá-los em suas empreitadas artisticas, assim como ocorre com as bandas ou os músicos. Seriam, na verdade, contratos comerciais a médio ou longo prazo, no qual um gerente organizaria todo o negócio do artista, o marketing, relações públicas, e assim por diante, em um tipo de relacionamento que é mais pessoal que aquele normalmente oferecido pelas galerias.
Bem, este tipo de relacionamento já existe no mundo das artes há muito tempo e é bastante comum. Muitos artistas optam por contratarem profissionais, gestores, agentes que os representem em seus negócios, enquanto eles ficam com tempo livre para mergulharem em seus devaneios criativos. Mas seriam esses profissionais realmente necessários? Depende.
Eu até entendo que ter alguém para cuidar de tudo para nós é uma idéia sedutora. Imagino como poderia ser maravilhoso esquecer a parte ‘chata’ da carreira para se preocupar apenas com o processo criativo e seus resultados. Compreendo perfeitamente bem como artistas em geral tendem a ser muito mais do campo das idéias, da criação do que do campo da prática, do operacional. Artistas são seres extremamente sensíveis, cuja função básica nessa vida, é captar, traduzir e transmitir, à sua maneira, para os ‘simples mortais’, tudo aquilo que vêem, sentem ou experimentam, no contexto histórico em que estão inserido. Mas vamos deixar esse assunto, sobre o papel do artista na sociedade, para um outro momento.
Penso eu que a idéia de um gestor de negócios, apesar de grande apelo, funciona muito bem para artistas já estabelecidos, que conseguem gerar quantidades substanciais de renda com vendas de trabalhos, que geralmente já enfrentaram longos anos firmando seus nomes no mercado das artes e que, muito provavelmente, têm suas obras sendo vendidas em diversas galerias. Ou seja, artistas que já se estabeleceram no mercado e agora podem se dar ao luxo de contratarem um agente e dedicarem seu tempo apenas à criação.
Se você está em início de sua carreira, sem vender o suficiente para se manter ou mesmo vendendo bem, mas ainda com diversos outros gastos, seja com faculdade, família, adquirindo patrimônio pessoal ou querendo juntar dinheiro para viajar, contratar um profissional desses trará muito mais custos que benefícios. Neste caso eu aconselho que faça tudo sozinho mesmo.
Pode até parecer assustador no começo, mas com algum tempo e prática, você irá perceber que pode se tornar seu próprio empresário, ou melhor, você irá se descobrir um verdadeiro empresário, administrando sua carreira, seus gastos, seus ganhos e isso, além de libertador, será muito mais econômico nesse momento de sua vida.
Caso se sinta muito inseguro para fazer tudo sozinho, ainda existe a possibilidade de contratar profissionais para áreas específicas durante a evolução de sua carreira, como por exemplo um designer para construir um site visualmente atraente, um fotógrafo que faça boas fotos de seus trabalhos, um consultor de marketing, um relações públicas para uma exposição, etc. Você também pode unir forças com outros artistas, trocando idéias e informações que ajudarão muito nesse caminho.
Assim, minha sugestão é que você deixe essa opção ou possibilidade de contratar um agente para um outro momento de sua carreira ou pra quando gastar dinheiro já não for mais um problema para você.